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terça-feira, 26 de novembro de 2013

Transtorno do Pânico


Transtorno do pânico (ou síndrome do pânico) é um transtorno de ansiedade caracterizado por crises recorrentes de medo intenso e sintomas físicos aterrorizantes que se iniciam de forma brusca e inesperada, causando na pessoa a nítida impressão de que ela está enlouquecendo ou morrendo.

No aparelho psíquico, as crises de pânico desencadeiam os mecanismos de alerta orgânico na ausência de qualquer ocorrência grave.

Quando essas crises são repetitivas, dizemos que a pessoa sofre de transtorno do pânico, termo que deriva do deus Pã, da mitologia grega, à vista de cuja figura horrenda as pessoas tomavam grande susto.

Não se conhece a causa específica do transtorno do pânico, mas sabe-se de fatores que o favorecem: herança, disposição inata ou precocemente adquirida, terreno psíquico ansioso, vivências traumatizantes, estados especiais de insegurança, etc., bem como fatores orgânicos como distúrbios da serotonina cerebral e a ingestão de algumas substâncias excitantes, como anfetaminas, cafeína, cocaína, álcool, etc.

Essas substâncias, que geram ansiedade nas pessoas normais, desencadeiam crises de pânico nas pessoas predispostas.

A primeira crise de pânico costuma manifestar-se na adolescência ou no início da idade adulta e pode repetir-se aleatoriamente no mesmo dia ou com espaço de semanas, meses ou mesmo anos, podendo ocorrer até mesmo durante o sono.

Os sintomas dos transtornos do pânico variam de uma pessoa para outra, mas habitualmente incluem dores no peito, palpitações, desorientações, dores de cabeça, tonteiras, mal-estar gástrico, dificuldades de respirar, tremores, soluços, perdas da realidade e medos de estar ficando louco ou morrendo. Os ataques de pânico ocorrem de forma imprevisível e duram de 5 a 10 minutos.

Aqueles que já os experimentaram consideram-nos devastadores e “uma das piores coisas que uma pessoa pode sentir”.

Os sintomas mais dramáticos dos ataques duram de alguns segundos a alguns minutos, mas levam cerca de uma hora para desaparecer de todo.

De forma geral ocorrem sem qualquer aviso prévio, quando a pessoa encontra-se realizando uma atividade rotineira simples ou mesmo dormindo.

Repentinamente, a pessoa começa a experimentar os sintomas, que frequentemente começam por um sentimento de irrealidade e temor de perda de controle mental ou de estar morrendo.

O ataque inicial pode sobrevir no curso de uma sobrecarga de estresse físico ou mental como, por exemplo, excesso de trabalho, perda de alguém amado, cirurgia, enfermidade, acidente grave, parto ou em certas situações que promovem apreensão como atravessar um túnel muito longo ou andar de avião, por exemplo.

Muitas crises de pânico deixam atrás de si as agorafobias (do grego ágora - assembleia; reunião de pessoas; multidão + phobos - medo - é originalmente o medo de estar em espaços abertos ou no meio de uma multidão): após um primeiro ataque algumas pessoas desenvolvem um medo de ter medo e passam a não mais querem retornar ao lugar ou à situação em que o experimentaram.

As crises tornam as pessoas amedrontadas de estar nos lugares ou situações de onde não possam escapar com facilidade em caso de um novo ataque e de voltarem à situação em que tiveram seu acesso.

Em casos mais gerais as pessoas passam a sentir medo de sair à rua ou a espaços abertos, desacompanhadas ou mesmo junto a outras pessoas.

Na maioria das vezes os ataques de pânico acontecem em mulheres jovens, mas eles podem ocorrer nos homens e em outras idades.

O diagnóstico do transtorno do pânico é feito por meio dos informes clínicos dos pacientes quanto a seus sintomas e a recorrência deles.

Uma crise isolada, que não interfira negativamente no estilo de vida do paciente, não é suficiente para caracterizar o transtorno do pânico.

É muito importante estabelecer o diagnóstico diferencial com outras doenças que apresentam sintomas semelhantes, tais como os ataques cardíacos, o hipertireoidismo, a hipoglicemia e a epilepsia, por exemplo, para orientar corretamente o tratamento.

O tratamento para os transtornos do pânico podem ser feitos com medicamentos antidepressivos e ansiolíticos e/ou psicoterapias.

Esses medicamentos, inócuos para a saúde geral, agem no sistema nervoso central regularizando o funcionamento das áreas cerebrais comprometidas, mas devem ser seguidos ou conjugados com a psicoterapia.

A psicoterapia cognitivo-comportamental atualmente é a mais indicada e pode ajudar no controle dos comportamentos, pensamentos e sintomas disfuncionais.

Alguns sintomas físicos da doença podem ser confundidos com os sinais do infarto do miocárdio e por isso as pessoas costumam procurar ajuda num serviço médico de urgência, que frequentemente tem dificuldades de distinguir entre as duas situações, principalmente em um primeiro ataque de pânico.

Em geral, a combinação da psicoterapia com medicamentos para tratar os distúrbios do pânico produz bons resultados.

Algumas fobias que se seguem aos transtornos de pânico podem ser eliminadas por meio de psicoterapia ou pela exposição controlada à situação que gera o medo, mas há também as que são permanentes.

Podem ocorrer recaídas, as quais geralmente são tratadas com eficácia da mesma forma que o primeiro episódio.

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