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sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Doença de Ménière


A doença de Ménière caracteriza-se por um aumento crônico e progressivo da pressão do líquido no interior do labirinto (parte do ouvido médio).

Seu nome foi dado em homenagem ao médico francês Prosper Ménière, quem primeiro descreveu a condição.

Geralmente esse aumento de pressão ocorre apenas em um dos lados do ouvido (90% dos casos), mas pode ocorrer em ambos os lados.

Como no labirinto tanto há células auditivas quanto células responsáveis pelo equilíbrio, a doença causa transtornos nessas duas áreas da fisiologia, podendo levar à perda da audição.

Sinais e sintomas semelhantes podem ocorrer também nos distúrbios cardiovasculares ou na arterioesclerose cerebral.

A verdadeira doença de Ménière cursa com alterações histopatológicas típicas no labirinto, o que essas outras alterações não têm.

Entretanto, é costumeiro usar-se a denominação síndrome de Ménière para todas as vertigens labirínticas, mesmo quando não associadas àquelas alterações. Nesses casos também se usa falar labirintite.

Embora a doença de Ménière não seja a mesma coisa que a labirintite, pode ser causa dela.

Labirintite é um termo popularmente usado para referir-se a um conjunto de sintomas que partem do labirinto, como tonturas, falta de equilíbrio, zumbido, etc.

Comumente fala-se de síndrome de Ménière ou de labirintite quando as crises são esporádicas e sem sequência e o problema não é crônico.

A doença de Ménière refere-se a crises labirínticas repetitivas sem uma condição subjacente determinante.

Ainda não se conhece com precisão as causas da doença ou da síndrome de Ménière, mas sabe-se da relação entre o problema e algumas doenças sistêmicas como diabetes, hipertensão arterial, enxaqueca, doenças autoimunes e infecção pelo vírus do herpes.

Pessoas que atravessaram uma grande variação de pressão atmosférica ou que sofreram trauma no crânio podem apresentar sintomas da síndrome de Ménière.

Os sinais e sintomas mais comuns da doença ou síndrome de Ménière aparecem durante as crises e são: vertigens e perda do equilíbrio, zumbidos no ouvido, náuseas, vômitos e perda auditiva.

O zumbido em geral é de baixa intensidade e referido como um murmúrio ou ronco; a surdez é do tipo de recepção; a vertigem quase sempre é tardia e tem início súbito, durando minutos ou horas.

O início da doença é mais comum na meia-idade e se não tratada pode persistir indefinidamente.

O diagnóstico da doença de Ménière deve ser feito com base na história clínica e nos sinais e sintomas exibidos pelos pacientes.

Segundo a Academia Americana de Otorrinolaringologia e Cirurgia de Cabeça e Pescoço, três sintomas são essenciais para estabelecer o diagnóstico:

1.Crises de vertigem rotatória com duração mínima de 20 minutos cada uma.

2.Perda auditiva demonstrada por uma audiometria.

3.Zumbido ou pressão no ouvido.

A doença de Ménière não tem uma cura cabal e definitiva. O tratamento mais imediato consiste em tentar controlar, através de remédios, os desagradáveis sintomas das crises.

Em sequência, deve-se tentar tratar ou controlar as causas delas. Se for possível identificar as causas, o tratamento pode evitar as crises.

A perda auditiva permanente deve ser corrigida com aparelho auditivo.

Em raros casos de manifestações intensas da doença de Ménière, em que não há melhora clínica, pode ser feita uma cirurgia de descompressão do líquido que circula dentro do labirinto, mas esta cirurgia não tem resultados garantidos.

A repetição das crises pode tornar a indivíduo incapacitado para suas tarefas cotidianas.

Se as crises forem frequentes e mal controladas, o paciente pode ter perda progressiva de audição, sendo necessário o uso de aparelho auditivo.

Após certo número de crises sucessivas, o zumbido no ouvido pode tornar-se permanente.

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