Pesquisar este blog

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Câncer de mama e as metástases ósseas.


O osso é o local mais comum de recorrência do câncer de mama. O câncer de mama é o local mais comum de origem de depósitos metastáticos no esqueleto.

Este tipo de metástase é mais comum em mulheres com mais de 40 anos de idade.

A imagem acima é de uma metástase na tíbia.

As metástases ósseas do câncer de mama afetam mais frequentemente a coluna vertebral, as costelas, os ossos da pelve e ossos longos proximais.

Embora o prognóstico para pacientes com câncer de mama que se espalhou para os ossos fosse pobre no passado, hoje em dia esses pacientes estão vivendo muito mais tempo e se sentindo muito melhor devido às melhorias em tratamentos médicos e cirúrgicos para esta condição.

Muitas vezes as metástases aparecem de maneira silenciosa, sem gerar sintomas, podendo ser detectadas em um exame de imagem realizado como parte dos exames iniciais de diagnóstico de um câncer de mama ou em exames realizados para outros problemas de saúde. Em outros casos a dor é o sintoma mais comum.

A fratura patológica raramente ocorre sem uma história de algumas semanas ou meses de dor cada vez mais intensa no osso. Algumas vezes, o paciente tenta ignorar ou negar os sintomas.

Outras, ele pensa que uma lesão óssea dolorosa é uma “dor muscular" ou uma "entorse" e fortes analgésicos são prescritos, permitindo que o paciente continue a tolerar a dor muito intensa antes que a verdadeira natureza do problema seja descoberta.

Também podem ocorrer sintomas sistêmicos, tais como hipercalcemia ou falta de ar.

Apenas o fato de que o paciente teve câncer anteriormente não prova que a lesão que existe no osso é metástase do câncer. Não devem ser ignorados a história clínica cuidadosa, o exame físico meticuloso e uma avaliação completa só porque o paciente já tem um diagnóstico prévio de câncer de mama. Outras lesões, tais como fraturas de compressão da coluna vertebral e cistos de osteoartrite podem ser parecidos com lesões tumorais. Lembre-se também que sarcomas ósseos primários, tais como osteossarcoma e condrossarcoma, podem ocorrer em uma paciente adulta do sexo feminino.

Quando um médico atender uma mulher com mais de 40 anos de idade com histórico de câncer de mama e múltiplas lesões ósseas, ele deve pensar na possibilidade de ser um câncer de mama metastático.

Vários exames podem ser solicitados para esclarecer este diagnóstico e definir as condutas de tratamento a serem seguidas.

Alguns desses exames são dosagens sanguíneas de marcadores tumorais, radiografias, ultrassonografias, tomografias computadorizadas, cintilografias ósseas, ressonância nuclear magnética (RNM), dentre outros.

A cintilografia óssea é útil na identificação de lesões que estão espalhadas por todo o esqueleto. No entanto, algumas lesões podem não ser visualizadas no exame ósseo.

A RNM irá mostrar essas lesões ocultas, mas não está indicada como uma ferramenta de triagem primária. Antes de planejar qualquer tratamento de uma lesão óssea, a imagem de todo o esqueleto deve ser feita para garantir que não há tumores distais.

O N-telopeptídeo (NTX) é um marcador bioquímico do metabolismo ósseo que pode ser dosado na urina. Ele é usado para prever o risco de doenças ósseas e é útil na monitorização da resposta ao tratamento.

Receber o diagnóstico de um câncer de mama metastático quase sempre traz muita tristeza, medo, raiva, ansiedade, angústia.

Esta é uma reação normal e não há problema algum em se sentir assim.

Passado o choque inicial, é hora de entender que este diagnóstico significa que você passará por um tratamento que pode ser longo ou que pode durar para o resto de sua vida e que a sua cooperação e força serão essenciais nesta fase.

Os avanços médicos e os vários tratamentos disponíveis para o controle de um câncer de mama metastático permitem que muitas pessoas nesta mesma condição vivam durante meses ou anos com uma boa qualidade de vida.

O apoio dos familiares, amigos, vizinhos, médicos, terapeutas, grupos de apoio para pessoas que estão vivendo situações semelhantes à sua é muito válido.

As informações devem vir principalmente de um médico oncologista com experiência no assunto e que tenha a sua confiança.

Os tratamentos devem ser individualizados, de acordo com a necessidade.

Algumas pessoas precisam fazer radioterapia, quimioterapia ou hormonioterapia, dependendo do quadro clínico que apresentam. Você e seu médico irão conversar e decidir juntos o melhor a fazer em cada situação.

Não há praticamente nenhum papel para a cirurgia curativa.

Estabilização ortopédica de ossos enfraquecidos deve ser feita rapidamente, antes que possam ocorrer fraturas.

O atraso no tratamento é normalmente associado ao aumento do risco de complicações ou de um resultado menos favorável.

Uma vez que a sobrevivência pode ser prolongada, reconstruções cirúrgicas devem ser feitas com cuidado e projetadas para durar.

Pacientes com doença extensa ou avançada ainda devem receber um tratamento completo de acordo com seus desejos e princípios médicos razoáveis.

A estabilização ortopédica de fraturas patológicas reais ou iminentes não deve ser suspensa, a menos que o paciente não possa tolerar anestesia ou não se beneficie definitivamente com a cirurgia.

O alívio da dor com a estabilização de ossos danificados pode justificar o tratamento cirúrgico, mesmo que o paciente não possa desfrutar de nenhum benefício funcional, como o aumento da capacidade de se locomover.

Uma das novidades mais excitantes é uma classe de drogas conhecida como bifosfonatos (Aredia, Fosamax e outros).

Estes fármacos têm a capacidade de bloquear a progressão de células tumorais no osso, conduzindo a uma enorme redução no número de lesões e fraturas ósseas, em pacientes com câncer ósseo que fazem seu uso.

Os bifosfonatos podem mesmo parar a propagação do câncer da mama para outros órgãos, tais como o fígado ou pulmões, mas a razão para isto é desconhecida.

Nos ossos, os osteoclastos são estimulados pelo câncer a quebrar e a reabsorver a matriz óssea e o cálcio, levando a dores e fraturas.

Essas drogas bloqueiam os osteoclastos e mantém os ossos fortes.

Os bifosfonatos podem levar a alguns efeitos colaterais importantes tais como fibrilação atrial e crescimento de ossos frágeis conhecidos como “ossos de crescimento”.

Consulte sempre o seu médico sobre estes tratamentos.

Nenhum comentário: