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quarta-feira, 19 de junho de 2013

Estrabismo


Normalmente, os dois olhos miram para frente em direções paralelas.

Estrabismo é a perda do paralelismo entre os olhos.

Numa comparação grosseira, seria como faróis desalinhados de um carro.

Esses desvios podem ocorrer na direção central do rosto, em direção para fora dele ou em sentido vertical (para cima ou para baixo) e serem permanentes ou intermitentes, uni ou bilaterais e se manifestarem ora num olho, ora no outro.

Existem três formas de estrabismo:

•Convergente: desvio de um dos olhos para dentro.

•Divergente: desvio de um dos olhos para fora.

•Vertical: um olho fica mais alto ou mais baixo do que o outro.

Essas três formas podem ser concomitantes, quando o desvio de um dos olhos é permanente; intermitentes, quando ora os olhos estão alinhados e ora desviados; latentes, quando só é possível verificar o desvio com testes oculares.

Cada olho forma uma imagem dos objetos, mas se eles estão alinhados, o cérebro funde as duas imagens numa só. No estrabismo, essa fusão não ocorre e há a formação de imagens duplas, o que é muito incomodativo.

Para evitar isso, pode acontecer de a criança passar a usar apenas um dos olhos para enxergar (geralmente o olho normal), o que leva a uma atrofia por desuso e consequente diminuição ou perda da visão do outro olho (ambliopia), pois a região do cérebro responsável pela visão naquele olho não se desenvolve.

Um moderado grau de estrabismo pode ser normal no bebê até três meses de idade, como consequência de uma falta de amadurecimento nervoso e muscular, desaparecendo depois.

As consequências do estrabismo para a visão dependem da idade em que ele aparece e da maneira como se manifesta. A queixa principal, no adulto, é a visão dupla.

No entanto, se ocorre antes dos seis anos de idade, a criança suprime a imagem que cai no olho desviado e não apresenta visão dupla, tendo, como consequência, uma ambliopia.

As pessoas com estrabismos latentes terão queixas de cefaleia, devido ao esforço que fazem imperceptivelmente para manter os olhos alinhados, porque, do contrário, têm visão dupla.

Outra consequência do estrabismo é o chamado torcicolo ocular, em que a criança, para usar melhor os dois olhos, tem de girar ou inclinar a cabeça para uma posição não usual.

A diplopia (visão dupla) é uma queixa sempre presente em casos de estrabismo nas crianças maiores e nos adultos.

Normalmente, o movimento dos olhos é feito pela ação sincrônica de músculos comandados por nervos conectados ao sistema nervoso central, mas alguns fatores podem comprometer esse funcionamento e provocar o estrabismo, como a hipermetropia; a baixa visão em um dos olhos; as doenças neurológicas ou genéticas, doenças oculares, infecciosas, da tireoide e o diabetes mellitus. Muitos estrabismos apresentam um caráter hereditário irregular e podem pular algumas gerações.

A mera observação direta do posicionamento dos olhos já oferece um indicativo importante.

Os sintomas eventualmente queixados pelos pacientes constituem uma segunda linha de suspeitas.

O oftalmologista provavelmente fará um teste de reflexo para verificar se o foco de luz está centralizado nas duas pupilas, o qual deve ser complementado por outros exames oftalmológicos, como os de acuidade visual, fundo de olho, testes de oclusão e movimentação ocular, etc.

O estrabismo, dependendo do seu tipo e grau, pode ser corrigido com óculos ou com cirurgia.

Muitas vezes se aconselha ocluir o olho desviado como prevenção da ambliopia, mas isso não interfere no desvio. A operação visa corrigir o estrabismo que não é corrigido com óculos.

Os desvios latentes e intermitentes pequenos podem receber importante auxílio do ortoptista, com exercícios chamados ortópticos. A fisioterapia ocular tem-se mostrado um auxílio importante no tratamento dos músculos afetados pelo estrabismo.

O uso de colírios pode estar indicado para aliviar alguns sintomas.

A aplicação de toxina botulínica pode, em alguns casos especiais, ser uma alternativa para a correção do desvio.

O estrabismo não desaparece espontaneamente com o crescimento.

Ele pode ser tratado e corrigido em qualquer idade, mas os resultados são sempre melhores se o tratamento for iniciado precocemente.

A falta de tratamento adequado, em tempo hábil, pode levar à perda total da visão do olho desviado.

Todas as crianças devem passar por uma consulta com um oftalmologista em idade precoce, de maneira ideal antes de completarem o segundo ano de vida, para a prevenção de danos oculares.

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