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sábado, 29 de junho de 2013

Apendicite


Apendicite é uma inflamação (geralmente aguda) do apêndice intestinal, uma pequena bolsa alongada, de fundo cego, em forma de um dedo de luva, de mais ou menos 10 centímetros de comprimento, localizada na transição do intestino grosso com o intestino delgado.

Sua parede contém tecido linfático que participa do sistema imunológico, produzindo anticorpos, mas o órgão aparentemente não parece fazer falta quando é retirado cirurgicamente.

Seu interior contém bactérias e produz um suco que ajuda no processo de digestão. Não se conhece bem as funções do apêndice e alguns creem mesmo que ele seja um órgão em extinção.

A apendicite afeta cerca de 7% da população em algum momento de suas vidas e, embora seja muito mais comum na adolescência, pode ocorrer em qualquer fase da vida.

A cirurgia para remover o apêndice infectado é o tipo de cirurgia abdominal mais frequente.

A existência de apendicites crônicas é discutível e muitos acreditam que elas sejam apendicites subagudas repetitivas; mas, o nome, na verdade, tanto faz.

Em sua maior parte, os casos de inflamação do apêndice intestinal são devidos a uma obstrução do seu lúmen (parte interna do tubo intestinal) por partículas de fezes ou outras massas sólidas que dificultam o seu esvaziamento.

Em alguns casos, ele pode ser obstruído por cálculos biliares; aumento dos gânglios linfáticos próximos (devido a inflamações intestinais) ou tumores (raramente).

Essas obstruções causam distensões das paredes do apêndice, levando a inflamações, infecções, isquemia, dor e necrose.

Pode acontecer também que bactérias presentes na luz do apêndice produzam gases que o distendam anormalmente, gerando idênticas consequências.

Outros casos parecem ser devidos a uma infecção direta do apêndice.

Os sintomas clássicos da apendicite, que na sua integralidade só ocorrem numa minoria de casos, são:

•Dor abdominal de intensidade diversa, localizada principalmente na fossa ilíaca direita.

•Náuseas e vômitos.

•Febre (às vezes de baixa intensidade).

•Distensão abdominal.

•Mudança dos hábitos intestinais.

•Incapacidade de eliminar gases.

•Inapetência.

Estes sintomas geralmente se agravam com a progressão da doença.

Se o apêndice se romper, pode gerar peritonite e mesmo septicemia (infecção generalizada), com os sintomas correspondentes.

As apendicites com sintomas escassos são mais frequentes em idosos e crianças pequenas.

Muitas vezes as apendicites exibem sintomas atípicos (principalmente dores em locais incomuns) porque o apêndice pode ter localizações atípicas raras.

Todos ou alguns sinais clínicos que acompanham as crises e que normalmente são de conhecimento do médico (sinal de Rovsing, sinal de Blumberg, sinal do psoas, sinal do obturador) geralmente estão presentes.

O diagnóstico de apendicite em geral é fácil, mas pode tornar-se mais difícil quando os sintomas que ela apresenta não são típicos.

A história clínica do paciente fornece um primeiro indício e certos sinais semiológicos são um importante recurso para complementar o diagnóstico:

•Sinal de Rovsing: palpação do quadrante inferior esquerdo do abdome resulta em dor no quadrante inferior direito.

•Sinal de Blumberg: presença de dor durante a descompressão súbita da parede abdominal.

•Sinal do músculo psoas: estando a pessoa em decúbito lateral, de costas para o examinador, aparece uma dor acentuada ao distender a perna superior.

•Sinal do músculo obturador: paciente em decúbito dorsal; flexão passiva da perna sobre a coxa e da coxa sobre a pelve; rotação interna da coxa. Se aparece dor, o sinal é positivo.

O toque retal pode revelar uma sensibilidade anormal à dor, do lado direito do abdome.

Os exames de sangue podem mostrar um acentuado aumento dos leucócitos.

O exame de urina pode mostrar alterações pelo contato do apêndice inflamado com o ureter e a bexiga.

Quanto aos exames de imagem, a ultrassonografia e a tomografia computadorizada de abdome revelam se há ou não espessamento do apêndice e a presença de pus ao seu redor (abscesso).

Além disso, estes exames servem também para excluir outras doenças que podem ser confundidas com a apendicite. Uma laparoscopia exploratória pode também ser realizada.

A melhor maneira de “tratar” uma enfermidade é preveni-la, mas não há como prevenir a apendicite.

Uma vez diagnosticada ela deve ser tratada rapidamente, dentro de, no máximo, 2 ou 3 dias, sob risco de complicações sérias.

Depois de iniciada a apendicite não há terapêutica capaz de revertê-la e o único tratamento radical consiste na retirada do apêndice, seguida da administração de antibióticos.

O método mais indicado para a apendicectomia (retirada do apêndice) é a cirurgia por videolaparoscopia, que permite uma recuperação mais rápida e tem um melhor efeito estético.

No caso de haver abscesso, um dreno deve ser colocado e deixado no local, para esvaziar o pus.

Não devem ser tomados laxativos para possíveis constipações intestinais porque eles podem favorecer o rompimento

A apendicite em si é uma enfermidade relativamente simples; no entanto, suas possíveis complicações são potencialmente graves e podem, inclusive, resultar em morte.

Entre outras, podem ocorrer perfuração do órgão para a cavidade peritoneal; peritonites; coagulações intravasculares disseminadas e septicemias; abscessos bacterianos e tromboses da veia porta.

A apendicite não complicada geralmente evolui bem e o paciente tem uma recuperação total.

A recuperação dos pacientes operados por cirurgia laparoscópica é mais rápida do que os operados por incisão abdominal e eles poderão ter alta até mesmo no dia seguinte à cirurgia.

Nos operados pelos meios tradicionais, a internação pode durar dois ou três dias ou até mais, se houver complicações. As atividades esportivas podem ser retomadas após três meses.

Se ocorrer peritonite ou septicemia, a apendicite evoluirá com os sintomas correspondentes e a recuperação pode ser bem mais difícil e até mesmo resultar na morte. Isso, no entanto, é raro.

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