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quinta-feira, 23 de maio de 2013

Perda involuntária de urina em mulheres



Normalmente o ato de urinar é um ato voluntário, que permite à pessoa, dentro de amplos limites, regular o momento, a quantidade e o local apropriado para excretar sua urina.

Para que esse funcionamento se dê adequadamente, na fase de enchimento da bexiga ela deve permanecer relaxada e a uretra contraída, acontecendo o inverso no momento da micção.

Alguns transtornos, no entanto, podem levar as mulheres que sofrem alterações nesse controle a perderem urina espontaneamente.

Em geral, no princípio, a mulher passa a utilizar absorventes, a controlar a quantidade de líquido que bebe e ir ao banheiro com mais frequência, na tentativa de evitar que isso ocorra e na expectativa de que seja um problema passageiro.

Conforme as características clínicas, a incontinência urinária pode ser classificada como:

•Incontinência urinária de urgência: contração vesical durante a fase de enchimento da bexiga. Chamada de instabilidade em pacientes sem diagnóstico neurológico e de hiperreflexia em pacientes com comprometimento neurológico.

•Incontinência urinária de esforço: é a perda involuntária de urina que surge com aumentos da pressão intra-abdominal, causando problema social ou higiênico para as pessoas. Na incontinência urinária de esforço ocorre uma perda involuntária de urina quando a pressão vesical excede a pressão uretral máxima, sem que o músculo detrusor tenha se contraído.

•Incontinência urinária mista: quando se somam os sintomas das duas formas anteriores.

As causas da perda involuntária de urina em mulheres são múltiplas, mas há alguns fatores que aumentam a possibilidade disso ocorrer:

•Idade: por alterações hormonais e da musculatura do assoalho pélvico.

•Obesidade.

•Grande número de partos vaginais, ou mesmo por cesárea.

•Tosse crônica pelo tabagismo ou por outros motivos.

A mulher pode apresentar incontinência isoladamente ou mediante um esforço físico qualquer, como rir, tossir, espirrar, etc., em que há aumento da pressão intra-abdominal. No entanto, a causa mais comum da perda involuntária de urina em mulheres é a infecção urinária.

Ela também é frequente em pessoas idosas, mesmo não acompanhada de infecção, em razão de hiperatividade da bexiga ou de problemas neurológicos (acidente vascular cerebral, demências, etc.). A constipação intestinal e certos tipos de medicamentos também podem causar incontinência urinária.

Uma disfunção nervosa da bexiga (bexiga neurogênica), decorrente de lesões na medula nervosa também pode acarretar perda involuntária de urina em mulheres.

Em alguns casos, a incontinência transitória pode ser de origem psicogênica. Em crianças, pode haver também uma incontinência em virtude do pouco amadurecimento fisiológico ou por defeito congênito do esfíncter urinário.

É comum nas mulheres haver algum grau de incontinência após o parto ou cirurgias ginecológicas.

Muitas vezes a incontinência urinária em mulheres tem causas mistas e em outras não se consegue determinar as causas dela.

Na primeira etapa do diagnóstico da perda involuntária de urina em mulheres deve ser colhida uma história clínica criteriosa e feito um exame físico minucioso, pelo ginecologista ou pelo urologista. Nesse momento, o especialista poderá também avaliar alterações concomitantes, como por exemplo, a queda da bexiga, do útero, do reto e se há também perda involuntária de fezes ou gases.

Provavelmente, de início ele pedirá um exame mais simples de urina (EAS e Urinocultura), mas a seguir lançará mão da ultrassonografia e, eventualmente, da ureteroscopia, que podem prestar grande auxílio.

Mais adiante poderá lançar mão do exame urodinâmico, que o ajudará a analisar o tipo de incontinência urinária de cada paciente.

Muitos casos de perda involuntária de urina em mulheres podem ser tratados com fisioterapia ou eletroestimulação que vise fortalecer o assoalho pélvico e medicamentos (como no caso de infecções urinárias, por exemplo, ou outros que atuem sobre a fisiologia da musculatura vesical ou uretral), mas outros só podem ser solucionados por meio de cirurgias.

Atualmente, técnicas minimamente invasivas permitem uma recuperação pós-operatória mais rápida e melhor. Enquanto perdure o problema, podem ser usadas fraldas descartáveis.

Como evitar a perda involuntária de urina em mulheres?

•Evitar todos os meios que produzam aumento da urina, como beber muita água, por exemplo.

•Não ficar sem urinar por longos períodos de tempo.

•Fazer exercícios que fortaleçam a musculatura pélvica, especialmente na fase da gestação e após o parto.

•Procurar acompanhamento médico durante a gravidez e no período do climatério.

•A mulher deve conhecer sua anatomia e os exercícios que podem ajudar a manter a musculatura da região pélvica mais fortalecida.

Embora muitas incontinências urinárias possam ser transitórias, o problema costuma evoluir e gerar situações embaraçosas que deixam as mulheres angustiadas e com queda da autoestima.

A perda involuntária de urina em mulheres surge ou aumenta com a idade porque os fatores que a propiciam são mais comuns depois da menopausa.

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