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quarta-feira, 3 de abril de 2013

Pneumotórax



O pneumotórax é caracterizado pela presença de ar na cavidade pleural, o que em geral ocorre como resultado de uma doença ou lesão dos pulmões.

Alguns pneumotóraxes constituem uma emergência médica, outros não.

Para entender-se melhor o que é o pneumotórax, é necessário conhecer, pelo menos em parte, algo sobre a anatomia dos pulmões.

Os pulmões são órgãos aerados e expansíveis que ficam localizados dentro da caixa torácica. Eles são revestidos pela pleura, um “saco” constituído por duas membranas justapostas uma à outra.

Uma delas é aderida aos pulmões (pleura visceral) e a outra à parede torácica interna (pleura parietal), formando entre elas um espaço virtual, chamado cavidade plural, preenchido apenas por uma fina camada de líquido lubrificante (líquido pleural).

Quando, por qualquer razão, o ar penetra e preenche parcialmente essa cavidade, tem-se um pneumotórax (pneuma=ar).

Tipos de pneumotórax:

•Pneumotórax espontâneo: surge de repente, de modo súbito, às vezes em repouso, sem causa aparente. Muitas vezes pode-se constatar que precedentemente havia “bolhas” nas folhas pleurais, semelhantes às que ocorrem, por exemplo, em um pneu velho, as quais se rompem para dar origem ao pneumotórax.

•Pneumotórax secundário: surge em decorrência de alguma doença pulmonar.

•Pneumotórax traumático: surge em decorrência de acidentes ou traumas torácicos.

•Pneumotórax hipertensivo: ocorre quando o orifício na pleura exerce um papel de válvula unidirecional, ou seja, cada vez que a pessoa inspira entra mais ar na cavidade pleural, o qual não consegue sair. É o tipo mais grave de pneumotórax e precisa ser reconhecido e tratado rapidamente, porque comprime e compromete progressivamente as estruturas anatômicas do tórax (pulmões, traqueia, esôfago, mediastino, coração, etc.), podendo levar à morte.

A pressão no interior da cavidade pleural é normalmente negativa e isso ajuda os pulmões a se expandirem, mas perfurações acidentais, pequenos orifícios no diafragma, empiema pleural (acúmulo de pus na cavidade pleural), outras enfermidades pulmonares e mesmo perfurações espontâneas na pleura podem tornar positiva essa pressão e permitir a entrada de gases no seu interior, os quais passam a comprimir os pulmões e demais órgãos torácicos. O ar que normalmente fazia os pulmões se expandirem, agora os comprime e os faz “murcharem”, o que dificulta ou mesmo impede a expansibilidade desses órgãos e causa sérios problemas respiratórios.

Os sintomas principais do pneumotórax são:

•Dor torácica abrupta e intensa, que se agrava com a inspiração.

•Grande dificuldade de respirar, proporcional à área pulmonar afetada.

Os gases colecionados na cavidade pleural comprimem os pulmões (e demais órgãos do mediastino) causando o colapso deles, desvio do mediastino, compressão venosa, queda do débito cardíaco e hipotensão arterial.

No pneumotórax hipertensivo o ar não é capaz de deixar o espaço entre a pleura e o pulmão e tende a se acumular cada vez mais, provocando um colapso pulmonar cada vez maior e o agravamento dos sintomas. Com a evolução do quadro clínico, o mediastino, o esôfago, a traqueia e o coração passam a ser pressionados, causando dispneia, diminuição do retorno venoso e hipóxia.

O diagnóstico de suspeita do pneumotórax pode ser feito através do histórico clínico e do exame físico, todavia, a confirmação depende de uma radiografia de tórax (veja a imagem acima), a qual mostrará certa quantidade de ar entre os pulmões e a parede torácica.

Dados mais precisos podem ainda ser obtidos por meio de uma tomografia computadorizada, útil sobretudo nos casos de pneumotórax espontâneo e de pequeno volume.

Basicamente, o tratamento do pneumotórax consiste na remoção do ar existente entre as membranas pleurais, por meio de uma aspiração (punção pleural).

Os pneumotóraxes pequenos (de dois ou três centímetros) costumam regredir por si mesmos. Nos mais volumosos, o médico colocará um tubo através da parede do tórax para aspiração do ar.

Depois da cicatrização da pleura, esse tubo pode ser retirado.

No atendimento de urgência do pneumotórax hipertensivo, se o tubo adequado não estiver disponível no momento, o médico pode usar uma agulha de grosso calibre para perfurar o tórax.

Isso não cura o pneumotórax, mas o transforma em um tipo não hipertensivo, permitindo maior tempo para o tratamento adequado.

2 comentários:

Unknown disse...

Boa Noite

eu tive 2 pneumotórax, esta ultima vez fiz a cirurgia. qual a probabilidade de voltar aparecer, visto que ainda tenho uma bolha de ar?

Carlos Alberto Rey disse...

Imprevisível... Não há como falar de probabilidades...