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terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Transtorno do Desejo Sexual Hipoativo




Características Diagnósticas

A característica essencial do Transtorno de Desejo Sexual Hipoativo é uma deficiência ou ausência de fantasias sexuais e desejo de ter atividade sexual (Critério A). A perturbação deve causar acentuado sofrimento ou dificuldade interpessoal (Critério B).

A disfunção não é melhor explicada por outro transtorno do Eixo I (exceto uma outra Disfunção Sexual) nem se deve exclusivamente aos efeitos fisiológicos diretos de uma substância (inclusive medicamentos) ou de uma condição médica geral (Critério C).

O baixo desejo sexual pode ser global e abranger todas as formas de expressão sexual ou pode ser situacional e limitado a um parceiro ou a uma atividade sexual específica (por ex., intercurso mas não masturbação). Existe pouca motivação para a busca de estímulos e pouca frustração quando privado da oportunidade de expressão sexual.

O indivíduo em geral não inicia a atividade sexual ou pode engajar-se apenas com relutância quando esta é iniciada pelo parceiro. Embora a freqüência das experiências sexuais geralmente seja baixa, a pressão do parceiro ou necessidades não-sexuais (por ex., de conforto físico ou intimidade) podem aumentar a freqüência dos encontros sexuais.

Em vista de uma falta de dados normativos relacionados à idade ou gênero, quanto à freqüência ou grau do desejo sexual, o diagnóstico deve fundamentar-se no julgamento clínico, com base nas características do indivíduo, determinantes interpessoais, o contexto de vida e o contexto cultural.

O clínico pode ter de avaliar ambos os parceiros, quando discrepâncias no desejo sexual levam à busca da atenção de um profissional. Um "baixo desejo" aparente em um parceiro pode refletir, ao invés disso, uma necessidade excessiva de expressão sexual da parte do outro. Por outro lado, ambos os parceiros podem ter níveis de desejo dentro da faixa normal, mas em extremos diferentes do continuum.

Subtipos

Os subtipos são oferecidos para a indicação de início (Ao Longo da Vida versus Adquirido) e fatores etiológicos (Devido a Fatores Psicológicos, Devido a Fatores Combinados) para Transtorno de Desejo Sexual Hipoativo.

Características e Transtornos Associados

Um desejo sexual reduzido freqüentemente está associado com problemas de excitação sexual ou com dificuldades para atingir o orgasmo. A deficiência no desejo sexual pode representar a disfunção primária ou pode ser a conseqüência de sofrimento emocional induzido por perturbações na excitação ou no orgasmo. Entretanto, alguns indivíduos com baixo desejo sexual retêm a capacidade para a excitação sexual adequada e orgasmo em [471]resposta à estimulação sexual.

Condições médicas gerais podem ter um efeito prejudicial inespecífico sobre o desejo sexual, devido a fraqueza, dor, problemas com a imagem corporal ou preocupações com a sobrevivência. Os transtornos depressivos freqüentemente estão associados com um baixo desejo sexual, podendo o início da depressão preceder, co-ocorrer ou ser a conseqüência do desejo sexual deficiente.

Os indivíduos com Transtorno de Desejo Sexual Hipoativo podem ter dificuldades para desenvolver relacionamentos sexuais estáveis e insatisfação e rompimento conjugais.

Curso

A idade de início para indivíduos com formas Ao Longo da Vida de Transtorno de Desejo Sexual Hipoativo é a puberdade. Com maior freqüência, o transtorno desenvolve-se na idade adulta, após um período de interesse sexual adequado, em associação com sofrimento psicológico, eventos estressantes ou dificuldades interpessoais.

A perda do desejo sexual pode ser contínua ou episódica, dependendo de fatores psicossociais ou do relacionamento. Um padrão episódico de perda do desejo sexual ocorre em alguns indivíduos, envolvendo problemas com a intimidade e formação de compromissos.

Diagnóstico Diferencial

O Transtorno de Desejo Sexual Hipoativo deve ser diferenciado da Disfunção Sexual Devido a uma Condição Médica Geral. O diagnóstico apropriado é de Disfunção Sexual Devido a uma Condição Médica Geral quando se presume que a disfunção se deve exclusivamente aos efeitos fisiológicos de uma condição médica geral específica.

Esta determinação fundamenta-se na história, achados laboratoriais ou exame físico. Certas condições médicas gerais, tais como anormalidades neurológicas, hormonais e metabólicas, podem prejudicar especificamente os substratos fisiológicos do desejo sexual. Anormalidades na testosterona e prolactina totais e biodisponíveis podem indicar transtornos hormonais responsáveis pela perda do desejo sexual.

Se tanto um Transtorno de Desejo Sexual Hipoativo quanto uma condição médica geral estão presentes, mas o médico julga que a disfunção sexual não se deve exclusivamente aos efeitos fisiológicos diretos da condição médica geral, então se aplica o diagnóstico de Transtorno de Desejo Sexual Hipoativo Devido a Fatores Combinados.

Contrastando com o Transtorno de Desejo Sexual Hipoativo, presume-se que uma Disfunção Sexual Induzida por Substância se deva exclusivamente aos efeitos fisiológicos diretos de uma substância (por ex., medicamentos anti-hipertensivos, uma droga de abuso). Se tanto um Transtorno de Desejo Sexual Hipoativo quanto o uso de uma substância estão presentes, mas o clínico julga que a disfunção sexual não se deve exclusivamente aos efeitos fisiológicos diretos do uso da substância, então se aplica o diagnóstico de Transtorno de Desejo Sexual Hipoativo Devido a Fatores Combinados.

Se o baixo desejo sexual é considerado como sendo devido exclusivamente aos efeitos fisiológicos tanto de uma condição médica geral quanto do uso de uma substância, então são diagnosticados tanto Transtorno de Disfunção Sexual Devido a uma Condição Médica Geral quanto Disfunção Sexual Induzida por Substância.

O Transtorno de Desejo Sexual Hipoativo também pode ocorrer em associação com outras Disfunções Sexuais (por ex., Disfunção Erétil Masculina), sendo que então ambas as condições devem ser anotadas. Um diagnóstico adicional de Transtorno de Desejo Sexual Hipoativo em geral não é feito se o baixo desejo sexual é melhor explicado por outro transtorno do Eixo I (por ex., Transtorno Depressivo Maior, Transtorno Obsessivo-Compulsivo, Transtorno de Estresse Pós-Traumático).

O diagnóstico adicional pode ser apropriado quando o baixo desejo antecede o transtorno do Eixo I ou é um foco de atenção clínica independente. Problemas ocasionais com o desejo sexual que não são persistentes ou recorrentes ou não são acompanhados por acentuado sofrimento ou dificuldade interpessoal não são considerados um Transtorno de Desejo Sexual Hipoativo.

Critérios Diagnósticos para F52.0 - 302.71 Transtorno de Desejo Sexual Hipoativo
A. Deficiência (ou ausência) persistente ou recorrente de fantasias ou desejo de ter atividade sexual. O julgamento de deficiência ou ausência é feito pelo clínico, levando em consideração fatores que afetam o funcionamento sexual, tais como idade e contexto de vida do indivíduo.
B. A perturbação causa acentuado sofrimento ou dificuldade interpessoal.
C. A disfunção sexual não é melhor explicada por outro transtorno do Eixo I (exceto outra Disfunção Sexual) nem se deve exclusivamente aos efeitos fisiológicos diretos de uma substância (por ex., droga de abuso, medicamento) ou de uma condição médica geral.

Especificar tipo:
Tipo Ao Longo da Vida
Tipo Adquirido
Especificar tipo:
Tipo Generalizado
Tipo Situacional
Especificar:
Devido a Fatores Psicológicos
Devido a Fatores Combinados

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