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sábado, 22 de setembro de 2012

Roncos: que dureza!





O ronco é um barulho característico, geralmente desagradável e incômodo, emitido por uma pessoa enquanto dorme, em virtude de um estreitamento ou obstrução das vias respiratórias superiores. Há desde roncos suaves e eventuais, ligados apenas a fatores ocasionais, até outros mais barulhentos e persistentes, que chegam a impedir o sono das pessoas que durmam em companhia do roncador e muitas vezes chegam inclusive a serem percebidos em outros cômodos da residência. Enquanto os primeiros podem ser normais, os segundos são indícios de patologias, por vezes graves. O ronco geralmente é uma manifestação que acompanha a apneia do sono.

Ele tanto pode ocorrer em virtude de um estreitamento natural da fenda entre as paredes da faringe durante o sono como de uma obstrução patológica devido ao ganho de massa gordurosa ou alterações anatômicas das vias respiratórias e/ou de estruturas adjacentes.

Muitos roncos se devem ao esforço respiratório necessário para reabrir as vias aéreas superiores e restabelecer a respiração normal. Ao passar por essas resistências e ainda pela língua, úvula e amígdalas, essas estruturas vibram e ajudam a ocasionar o barulho característico do ronco.

A obesidade, principalmente no homem, em que o ganho de peso é comum nas partes altas do tórax, é um fator favorecedor do ronco. O ronco, em geral, desperta a pessoa, mesmo que tão brevemente que ela nem chega a perceber. Durante o sono, há um relaxamento da musculatura do tórax que induz uma abertura involuntária da boca e causa incoordenação entre a contração da musculatura diafragmática e dos músculos da faringe.

O ronco pode surgir em virtude de uma deficiência neuromuscular conhecida como garganta flácida. Nela, há diminuição patológica do tônus muscular da faringe que leva ao fechamento (colabamento) das suas paredes.

Ele geralmente está associado com a apneia do sono. Além do incômodo barulho emitido ao dormir, a pessoa que ronca acorda várias vezes todas as noites (pode chegar a acordar centenas de vezes por noite, nos casos mais graves!) e, no dia seguinte, apresenta boca seca, sente-se cansada, sonolenta, com dores de cabeça e tem dificuldades de coordenação motora e de concentrar a atenção. Ao contrário do que pensam algumas pessoas, roncar não é sinal de sono reparador, mas, ao contrário, pode ser um indicador de patologias importantes.

Em primeiro lugar, o ronco precisa ser diferenciado de outros distúrbios respiratórios do sono que produzem ruídos noturnos capazes de serem confundidos com ele. Como a própria pessoa não percebe o seu ronco, o diagnóstico exato da situação tem de levar em conta as informações de uma outra pessoa que presencia o sono do paciente, geralmente seu companheiro de leito, a respeito da frequência e da intensidade do ronco e da sua relação com o decúbito.

Ele é mais comum nos homens que nas mulheres e piora com uso de sedativos, álcool ou fumo. O exame físico, por seu turno, é inespecífico, mas deve-se pesquisar a circunferência do pescoço, o nariz e a cavidade oral em busca de alguma anomalia. A polissonografia noturna pode ajudar na exclusão de outros distúrbios respiratórios do sono.

A endoscopia nasal pode ser utilizada, em casos específicos. Quando a nasoendoscopia é feita durante o sono, pode avaliar o nível de colapso enquanto o paciente está sedado. Outros exames especiais, como cefalometria, tomografia computadorizada e ressonância magnética podem ser utilizados, conforme indicação médica.

As pessoas que roncam podem apresentar crises de sono incontroláveis durante o dia, prejudicando seu desempenho no trabalho e em atividades como dirigir veículos automotores ou operar máquinas perigosas.

O tratamento do ronco compreende medidas conservadoras (perda de peso, correção do decúbito, restrição ao uso de sedativos, álcool ou tabaco), intervenções armadas não cirúrgicas (dispositivo intraoral e CPAP - Continuos positive airway pressure) e cirurgia (nasal, do palato e bariátrica).

O dispositivo intraoral com avanço mandibular reduz a frequência, a duração e a intensidade do ronco. O uso de CPAP é a forma mais eficaz para o tratamento do ronco primário. As diversas formas de cirurgia nasal podem beneficiar alguns pacientes.

As seguintes medidas podem ajudar a diminuir ou evitar os roncos:

• Não ingerir sedativos, álcool ou fazer refeições “pesadas” antes de dormir.

• Não dormir em decúbito dorsal (de barriga para cima).

• Mantenha seu peso dentro do normal.

• Pratique exercícios.

• Não fume.


A presença de roncos está relacionada ao aumento de doenças cardíacas e cerebrovasculares.

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