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quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Lesão por esforço repetitivo (L.E.R.)






Em toda máquina, o desgaste de uma peça acaba por comprometer o funcionamento da máquina inteira. Também é assim com a “máquina” humana. De uma maneira prática, isso é o que acontece com as pessoas quando têm L.E.R.. O desgaste em uma determinada “peça” do corpo, causada pela repetição de um mesmo movimento durante longo período de tempo, leva a lesões musculares e desgaste nos nervos e nas articulações, causando dores e inflamações. A L.E.R. é uma síndrome dolorosa e de incapacidade funcional, localizada nos membros superiores e causada pelo uso deles em tarefas que implicam repetição.

Ao longo do tempo, tem sido conhecida por diversas denominações: "Doença dos Quibes", "Entorse das Lavadeiras", L.T.C. (Lesão por Trauma Cumulativo), D.O.R.T. (Distúrbio Osteomuscular Relacionado ao Trabalho), Síndrome do Túnel do Carpo, Tenossinovite, Lesão Traumática Repetitiva, Tendinite. Tecnicamente, o mais correto seria chamá-la Síndrome da Dor Regional. Contudo, a denominação L.E.R. é que ganhou o uso popular e traduz bem do que se trata.

A L.E.R. não é propriamente uma doença, mas uma síndrome que afeta músculos, nervos e tendões dos membros superiores. Ela se desenvolve quase imperceptivelmente, o que leva as pessoas a não se prevenirem, pois só a percebem quando já existe um grande comprometimento da área afetada. Atualmente as profissões mais afetadas são digitadores, costureiras, motoristas, pianistas, esportistas, pessoas que trabalham em linhas de montagem e produção, que operam britadeiras ou que fazem trabalhos manuais como, por exemplo, tricô e crochê.

A L.E.R. é causada ou desencadeada por:

• Movimentos repetitivos prolongados.

• Postura inadequada por longo tempo.

• Atividades que exijam força excessiva com as mãos.

• Atividades esportivas que exijam grande esforço dos braços, como jogar tênis, por exemplo.

• Mobiliário ergonomicamente incorreto.

• Choques e impactos constantes.

• Pressão mecânica sobre regiões do corpo.

• Estado de ânimo estressado.

Ao que parece, as doenças causadas por esses fatores não são uma só e a L.E.R. parece ser uma síndrome que aparece em várias doenças: tendinite, síndrome do túnel do carpo, tenossinovites, bursite, mialgias, síndrome do pronador, etc.

A L.E.R. é considerada uma síndrome de uma doença ocupacional. O principal sintoma é a dor aguda nas partes comprometidas, que se exacerba ao se realizar certo trabalho.

Pode haver também formigamentos, insensibilidade, falta de força e dores que dão a sensação de queimadura ou de frio. Em estágios mais avançados, as inflamações podem evoluir para um processo degenerativo e afetar nervos e vasos sanguíneos e a dor pode vir a impedir mesmo tarefas simples como escovar os dentes ou amarrar os sapatos.

O diagnóstico clínico depende das informações do paciente e de certas manobras que podem ser realizadas pelo médico. O diagnóstico diferencial, muitas vezes difícil, deve fazer a diferença entre a L.E.R. e outras condições assemelhadas.

Os resultados do tratamento da L.E.R. dependem do estágio em que a doença for diagnosticada. Quanto mais precoce o diagnóstico, mais rapidamente será iniciado o tratamento e melhores serão os resultados. Dificilmente o tratamento tem resultado significativo depois da condição se tornar crônica. O objetivo do tratamento é evitar os fatores físicos que causaram ou agravaram a L.E.R., ou seja, muitas vezes é necessário o repouso com relação às funções causadoras, por um longo período, o que exige uma combinação de medicamentos e terapia física ou mesmo cirurgia.

Como prevenir a lesão por efeito repetitivo (L.E.R.)?

Alongar periodicamente as áreas do corpo mais utilizadas, sobretudo na época do frio.

• Usar móveis ou instrumentos ergonomicamente apropriados.

• Fazer pausas durante a realização de suas tarefas.

• Tomar água pelo menos a cada hora.

• Fazer ginástica laboral em intervalos regulares, no trabalho.

• Se possível, revezar as tarefas.

• Quando assentado, adotar a postura correta e ter um apoio adequado para os pés e para as costas.

• Se você trabalha assentado, levante-se de tempos em tempos, ande, espreguice e faça movimentos contrários aos de sua tarefa.

• Em caso de utilizar as mãos, tenha um apoio adequado para as mesmas.

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