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sábado, 25 de agosto de 2012

Dormir pouco aumenta o peso?




Muitas pessoas acreditam que as pessoas obesas são dorminhocas, mas os estudos têm revelado que na verdade as pessoas que têm seu peso em elevação, ou mesmo os obesos, apresentam insônia ou dificuldades para dormir em graus variados.

A falta de repouso noturno eficiente é um fator real para dificultar o emagrecimento e mesmo causador de obesidade.

Quais os mecanismos biológicos da relação entre os dois fatores?

Uma pesquisa efetuada na Universidade de Chicago em 2004 (oito anos atrás!) fez um experimento simples com um grupo de rapazes, pedindo a eles que dormissem por duas noites apenas quatro horas, enquanto um outro grupo poderia dormir por até nove horas.

Em seguida os pesquisadores fizeram avaliações bioquímicas em todos os voluntários com o objetivo de avaliar valores sanguíneos e constataram que a falta de sono faz aumentar em cerca de trinta por cento o índice de um hormônio chamado grelina, produzido principalmente no estômago e que é responsável pela sensação de fome.

Seriam, então, as poucas horas de sono responsáveis pela elevação do apetite?

Uma pesquisa feita em 2011, por um grupo de cientistas do Canadá descobriu que quem sentia sono consumia em média trezentas calorias a mais ao dia do que as pessoas que estavam descansadas. Além disso, quem dormia menos consumia trinta por cento a mais de gorduras saturadas, que são nocivas para a saúde.

Além dos hábitos alimentares, obviamente, a atividade fisica também influencia o peso.

Pesando nisso, um grupo de pesquisadores na Universidade de Lubëck, na Alemanha, registrou a intensidade de atividade física de alguns voluntários após o sono noturno, longo ou breve, usando acelerômetros, que registravam toda a atividade diária e não apenas o exercício físico propriamente dito.

As medições constataram que a pessoas com falta de sono tinham menor movimentação durante o dia, o que leva a pensar que a falta de sono leva à "preguiça" e ao menor consumo de calorias durante o dia de atividades.

Quando os participantes submetidos ao teste ficavam em pé a noite toda, emitiam menos calor corpóreo durante o dia, indício de que o organismo tende a preservar as energias após o estresse da noite.

Dormir pouco também altera a taxa glicêmica.

Pesquisadores pediram a alguns rapazes que dormissem apenas quatro horas por seis noites seguidas e nas seis noites seguintes poderiam dormir doze horas. No quinto dia de cada período foram realizados testes no qual os rapazes receberam uma solução açucarada.

Após a elevação importante da glicemia (índice de glicose no sangue), os níveis voltaram a diminuir aos poucos. Os pesquisadores perceberam que os valores de glicemia desciam mais lentamente após as poucas horas de sono. Qual a razão? O organismo produz menos insulina, hormônio que tem a tarefa de concentrar no fígado, nos músculos e tecido adiposo a glicose presente no sangue.

Além disso, as células não reagiam mais com a mesma sensibilidade à insulina, caindo de modo intenso.

Este fato, de o sono influir na glicemia, já havia sido demonstrado em um estudo realizado nos Estados Unidos, no qual foram examinadas em trinta anos, cerca de setenta mil enfermeiras. A diminuição da quantidade e da qualidade do sono aumentava o risco de ficarem doentes e de se tornarem diabéticas em mais de cinquenta por cento.

Para o equilíbrio energético do organismo o elemento decisivo é a qualidade do sono. Durante a fase profunda, que se instala nas primeiras horas da noite, o organismo produz muitos hormônios que agem sobre o metabolismo dos açúcares.

Em 2008 um grupo de estudiosos afirmou que a alteração deste sono (chamado delta) pode desorganizar o mecanismo de controle dos açúcares do sangue.

Durante o repouso noturno o cérebro supre a própria necessidade energética recorrendo quase que exclusivamente aos açucares, embora essas substâncias constituam apenas dois por cento da massa corpórea e o consumo cerebral de glicose e oxigênio corresponde a vinte por cento do total.

Assim, podemos entender que os principais fatores de risco que podem comprometer o equilíbrio orgânico são a redução e a alteração da fase de sono profundo, visto que nesse período o organismo se esforça para garantir o máximo de energia para determinadas regiões cerebrais.

Talvez seja justamente essa a razão pela qual a insônia crônica e excesso de peso guardam tanta relação entre si.

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