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sábado, 21 de abril de 2012

Hemofilia


O termo hemofilia não denomina uma doença só, mas abrange diversas doenças genéticas, hereditárias ou de um distúrbio autoimune raro, as quais têm em comum a incapacidade de controlar os sangramentos, em razão de defeitos nos mecanismos de coagulação do sangue.

O hemofílico, diferente do indivíduo “normal”, não forma o coágulo que estanca o sangue.

O sangramento tanto pode ser externo, se a pele for danificada por um corte, abrasão ou ferimento, quanto pode ser interno, no tecido muscular ou em cavidades orgânicas. As hemorragias internas são mais graves porque são mais difíceis de serem diagnosticadas.

Há vários tipos de hemofilia. Na hemofilia A, a mais comum de todas (cerca de 90% dos casos) falta o fator VII da coagulação; na hemofilia B falta o fator IX e na hemofilia C falta o fator XI.

Quais são as causas da hemofilia?

A hemofilia é uma doença genética e hereditária, transmitida de pais para filhos, no momento da concepção. O gene que causa a hemofilia é transmitido pelo par de cromossomos sexuais XX. Em geral, as mulheres não desenvolvem a doença, mas são portadoras do defeito e são capazes de transmiti-lo. O filho do sexo masculino é que pode manifestar a enfermidade. Mas embora seja raríssimo, existem também mulheres hemofílicas.

Quais são os sinais e sintomas da hemofilia?

As manifestações das diferentes formas de hemofilia são praticamente as mesmas e se caracterizam pela grande facilidade com que os sangramentos de dão, muitos deles ocorrendo espontaneamente.

Na maior parte das vezes os sangramentos são internos, mas podem também ser externos e surgirem após um trauma ou acontecer sem nenhuma razão aparente.

Em casos moderados ou graves os sangramentos podem ser repetitivos. Muitas vezes ocorrem hemorragias intramusculares ou intra-articulares reincidentes, as quais desgastam as cartilagens e provocam lesões ósseas. Os principais sintomas são dor, elevação da temperatura e restrição do movimento. As articulações mais comprometidas são joelho, tornozelo e cotovelo.

Os sangramentos podem ocorrer desde o primeiro ano de vida, sob a forma de manchas roxas que aparecem com excessiva facilidade quando, por exemplo, a criança cai. Em quadros mais leves, o sangramento ocorre em situações como cirurgias, extração de dentes e traumatismos. Em alguns casos podem causar pressão sobre os nervos, resultando em dormência, dor ou incapacidade de movimento.

Como o médico diagnostica a hemofilia?

O primeiro passo para um diagnóstico correto é uma história clínica bem feita. Dosagens laboratoriais dos respectivos fatores de coagulação podem ser realizadas para determinar o tipo de hemofilia.

Como é o tratamento da hemofilia?

Não há cura para a hemofilia, mas a doença pode ser controlada com a reposição intravenosa regular dos fatores de coagulação que estejam deficientes. Alguns hemofílicos, no entanto, desenvolvem anticorpos contra tais fatores.

Nas hemofilias severas, o paciente deve receber produtor do plasma para evitar ou controlar episódios de sangramento durante toda a sua vida. Nas hemofilias leves, usa-se fazer a terapêutica de reposição apenas depois de um trauma ou para evitar sangramento pós-operatório.

Os concentrados de fatores da coagulação obtidos por engenharia genética, através da manipulação de organismos transgênicos e não pela purificação do plasma humano, surgiram mais recentemente.

Eles podem ser fornecidos ao paciente hemofílico como uma dose terapêutica domiciliar para uso imediato em caso de hemorragias inesperadas, a qual deve ser aplicada por ele mesmo ou por uma pessoa próxima previamente treinada.

O paciente deve também se valer da fisioterapia após a fase aguda do sangramento para fortalecer a musculatura e as articulações, acelerando a recuperação e diminuindo a possibilidade de sequelas.

Quais são os cuidados que um hemofílico deve ter?

• Evitar e proteger-se de traumatismos que produzam sangramentos.
• Imobilizar as articulações em casos de hemorragias articulares.
• Observar e anotar episódios hemorrágicos para serem informados ao médico.
• Ter cuidados especiais na realização de cortes de cabelo, barba ou unhas, lavagens intestinais, aplicação de calor, etc.
• Ao escovar os dentes, ter cuidados para não machucar as gengivas ou a mucosa oral.
• Em caso de necessidade de realização de alguma cirurgia, o hemofílico deve receber previamente uma medicação adequada para melhorar temporariamente a coagulação. Um médico hematologista deve ser consultado regularmente.
• Pacientes hemofílicos não devem usar medicamentos como aspirina, heparina, warfarina e determinados analgésicos e anti-inflamatórios não hormonais, pois podem agravar os sangramentos.

Levar sempre consigo um cartão identificando-se como hemofílico e contendo:

• Grupo sanguíneo e fator Rh.
• Nome da pessoa a ser avisada em caso de urgência.
• Nome e telefone do médico assistente e do hospital para onde deseja ser levado.

Como evolui a hemofilia?

O acompanhamento e tratamento corretos costumam ajudar muito a evitar as complicações desta condição.

Alguns hemofílicos produzem anticorpos contra os fatores VIII e IX transfundidos e por isso as transfusões tornam-se ineficazes, no entanto, a dosagem de concentrados de plasma pode ser aumentada ou podem ser utilizados diferentes tipos de fatores da coagulação ou drogas para reduzir os níveis dos anticorpos, visando contornar o problema.

Os hemofílicos que sofram sangramentos de maior porte podem mais facilmente chegar ao óbito.

Um comentário:

Unknown disse...

Oi, sou hemofilico do tipo A, adorei sua materia. Vou deixar meu blog aqui, tbem sobre a hemofilia. http://souhemofilico.blogspot.com.br/