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sexta-feira, 30 de março de 2012

Enxaquecas, de novo! Algumas novidades.





Dores de cabeça fazem parte da história da humanidade, certamente, e existem cerca de 150 tipos diferentes delas.

No entanto, a enxaqueca, ou hemicrania é o tipo de cefaleia que costuma causar maiores preocupações, pois, em função dela existir, abre-se um leque de possibilidades que podem justificar preocupações das mais variadas.

Dados estatísticos demonstram que vinte por cento das mulheres é afetada por ela e esses dados são alarmantes, por se tratar de número expressivo de pacientes.

Eventualmente homens e crianças também são afetados, mas certamente o número de casos é bem inferior.

Há muito folclore a respeito das enxaquecas e os pacientes afetados procuram as mais variadas “soluções” para tentarem se livrar dela, como, por exemplo, dormir mais que necessário, comer com frequência (o jejum seria um agente causador de crise), não comer soja (?), evitar bebidas alcoólicas (faz sentido) e alimentos com corantes artificiais, só a título de curiosidade.

Mas há informações, em estudos (revista Neurology), que demonstram que pacientes portadores de enxaqueca têm maior risco para apresentar hipertensão arterial, diabetes e elevação de colesterol.

No mesmo estudo ficou demonstrado que pacientes “enxaquecosos” apresentam, também, maior possibilidade de ter infarto do miocárdio (coração), doença arterial periférica e derrame cerebral (stroke), por isso é muito importante manter o paciente sob vigilância e controle das crises.

Parece que, com referência ao risco de derrame cerebral os mais propensos são aqueles que apresentam a enxaqueca com aura, aqueles sintomas visuais que antecedem a crise.

Com relação à região afetada durante a crise, as pesquisas com imagens dinâmicas mostram que as áreas cerebrais afetadas são estruturas do tronco encefálico, uma parte, digamos, “mais antiga” na formação do sistema nervoso como um todo.

Os estímulos externos, tanto físicos, quanto emocionais são capazes de intensificar ou mesmo provocar uma crise de enxaqueca, justamente por conta de que essas áreas estão profundamente ligadas à percepção do meio ambiente.

Como de hábito, o neurotransmissor mais envolvido no processo de desencadeamento da crise é a serotonina.

Acupuntura e a toxina botulínica (Botox) são muito eficientes no tratamento de controle das crises de enxaqueca, sendo que a primeira – posso dizer por experiência clínica – é capaz de reduzir a intensidade das crises acentuadamente e aumentar em muito o período entre elas, quer dizer, a frequência diminui substancialmente.

Há medicamentos modernos muito bons para aliviar as dores da enxaqueca e todos estão envolvidos com a liberação de serotonina. Não vou citar nomes comerciais, mas costumo prescrever alguns deles e sempre oriento para o paciente que tome a medicação assim que iniciar os primeiros sinais de crise, para “abortá-la” o mais rapidamente possível.

A enxaqueca não tem cura, mas tem como controlar bem, apenas tomando o cuidado de não buscar soluções “mágicas” e folclóricas.

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