Temperamentos

Cada um de nós é portador de uma personalidade, que por sua vez tem suas características peculiares, suas particularidades, seu temperamento, seu humor.

Humor que costuma ser variável, um pouco ou muito mutante, em acordo com determinadas situações, também peculiares.

Entretanto é comum ter um humor predominante, algo mais comum no dia a dia de cada um.

Há quem seja habitualmente mais doce, mais amargo, mais “picante”, mais frio, “sem tempero” ou azedo...

Este humor predominante é que dá o compasso da vida da pessoa, sendo que é interessante observar que este estado de coisas que carregamos conosco no cotidiano faz de nós quem somos, não somente na apresentação para as outras pessoas, mas para cada célula que compõe nossa estrutura.

A medicina psicossomática vem apresentando, no correr das décadas, sinais de que bombardeamos nossas células com as qualidades dos nossos pensamentos.

Assim imagino, quem seja azedo, ou seja, avesso a muitas coisas, compartilha seu azedume com seus inúmeros colaboradores chamados células, fazendo com que elas fiquem como que banhadas em vinagre o tempo todo.

Como o vinagre é ácido, corrosivo, é de se entender que exista algum tipo de corrosão celular, não necessariamente como entendemos de forma habitual em química, mas de qualquer modo, algo que comprometa de alguma maneira o organismo, célula a célula, lentamente, progressivamente.

Eu acredito que cada célula nossa possa ser encarada como um indivíduo que luta pela vida, assim como nós mesmos fazemos. Mas evidentemente elas não têm o grau de consciência que nós temos, são apenas células. Entretanto, o princípio do instinto de preservação é presente em cada ser vivo.

Por esta razão, certamente, cada indivíduo luta pela sobrevivência permanentemente.

Derramamos sobre nossas células nosso humor (irei detalhar mais sobre humor, mais adiante) e elas lutam para se livrarem das “toxinas” que corriqueiramente cultivamos em nosso próprio meio orgânico.

Deve ser uma luta intensa pela vida de cada uma delas.

Em todos os órgãos.

Em todos os espaços entre os órgãos.

Em cada extremidade.

Em cada cantinho minúsculo, do qual sequer temos consciência!

Por isso, a liberação de humores nobres, equilibrados, é sempre importante para gerar equilíbrio.

Uma mente equilibrada sofre menos do que uma em desequilíbrio e para entender isso, não é preciso muito esforço.

Não se pode dizer que o temperamento de cada um seja uma carta marcada e que não há como mudá-lo. É preciso rever este conceito a cada instante, para tentar mudar justamente esse “banho” que damos em todos os departamentos dos quais somos responsáveis em nosso corpo.

Sim, somos mentalmente responsáveis pelo corpo. Assim como um governador, um presidente o é por uma nação.

Um mau presidente leva o país à ruína. Um mau governador leva seu estado à falência. Assim é nosso corpo: mau gerenciado gerará desastres, algumas vezes de dimensões irrecuperáveis.