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terça-feira, 19 de julho de 2011

Transtorno obsessivo compulsivo ou TOC.





Por TOC (transtornos obsessivo compulsivos) entende-se comportamentos que se repetem imperativamente e de modo indefinido. São típicos desses comportamentos a incoercibilidade, o caráter automático, a luta que o indivíduo desenvolve contra eles e a consciência de que há uma anormalidade. O TOC corresponde quase inteiramente à antiga neurose1 obsessiva.

Os sintomas do TOC (transtornos obsessivo compulsivos) são constituídos por ideias, pensamentos ou atos repetitivos que se impõem ao indivíduo contra a sua vontade. Uma pessoa pode, por exemplo, sentir uma invencível tendência de lavar repetidamente as mãos; outra, enquanto reza, pode ser assaltada involuntariamente por ideias blasfemas ou pornográficas; uma terceira pode sentir-se compelida a conferir repetidamente se não terá deixado aceso o bico do gás e uma quarta não pode deixar de pensar que alguém, ao descer de um tobogã, pode cortar-se com uma lâmina que tenha sido esquecida lá; uma quinta pode sentir impulsos de dirigir insultos a desconhecidos, na rua. Alguns desejam se certificar reiteradas vezes se executaram corretamente uma determinada tarefa, etc.

Outros sintomas dessa mesma natureza podem variar ao infinito. O paciente tem noção da absurdidade deles, mas mesmo assim não consegue evitá-los.

Em geral, as pessoas portadoras do TOC são calculistas e meticulosas e não dão lugar para espontaneidades ou extravagâncias. A tendência a perseverar em minúcias e assuntos colaterais pode levá-las a perder o fio da meada e a não conseguirem concluir um pensamento. São avessas a arroubos emocionais, enfrentam tudo com aparente racionalidade e, por isso, parecem (só parecem) frias e sem coração3. Sob essa superfície de frieza, no entanto, subjazem personalidades hipersensíveis. Se julgarem ter cometido um erro, experimentam intensos sentimentos de culpa e se tornam seus maiores algozes. Outros aspectos peculiares a estas pessoas são as manias de ordem e limpeza.

Muitos são avaros ou, mediante formação reativa, podem tornar-se perdulários. Em geral são teimosos, cabeças duras e, graças ao sadismo e à agressividade que lhes são próprios, são particularmente demolidores, coisa que às vezes combinam com elogios ambivalentes, como:“essa roupa fica bem em você; com ela você nem aparenta a idade que tem”. A agressividade deles pode manifestar-se como ironia ou sarcasmo que se tornam, assim, imperativos. Em muitas ocasiões procuram encobrir determinada emoção exagerando sua contrária. O apego deles à etiqueta, por exemplo, pode ser um modo de encobrir seus impulsos à desordem. Podem tornar-se injuriantes, cruéis, rebeldes, arrogantes ou, ao contrário, obsequiosos, bondosos, preocupados com a justiça e com a defesa dos fracos.

Nas relações pessoais, os obsessivos frequentemente fustigam sadicamente as pessoas e às vezes fazem isso através de traços de seu caráter como manias de limpeza, avareza ou teimosia. Na vida social tendem a ser alternativamente conservadores e revolucionários, ou combinam as duas atitudes num comportamento único que se torna confuso e incoerente.

Os obsessivos quase sempre acusam as pessoas emotivas de falta de lógica. Três coisas comuns no cotidiano das pessoas se convertem para eles em grandes problemas: a sujeira, o tempo e o dinheiro. Como são ambivalentes, habitualmente escondem os seus hábitos sujos (calçar as meias sujas do dia anterior, não tomar banhos diários, não escovar os dentes etc.), mas se preocupam com possíveis manchas na roupa, com o barro dos sapatos ou as cinzas dos cigarros.

Geralmente o tempo dos obsessivos é objetivado pelo relógio e o mesmo acontece com o dinheiro, tratado apenas pelo seu valor literal.

O TOC em geral se agrava com o tempo, chegando, em alguns casos, a inviabilizar qualquer atividade produtiva. Às vezes, evolui no sentido da psicose (geralmente esquizofrenia) ou já é, desde o início, uma forma atípica dessa psicose.

O transtorno obsessivo compulsivo é de tratamento difícil. Habitualmente são usadas algumas medicações tranquilizantes e antidepressivas. A psicoterapia cognitivo-comportamental costuma ser uma ajuda valiosa.

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