Mudar um comportamento adquirido durante anos, como o de comer o que se quer, é mais difícil do que parece. Para pessoas que descobrem o diabetes tipo 2, em geral após os 40 anos, controlar os gramas de carboidratos consumidos a cada refeição, abandonar os pratos gordurosos e doces e reduzir a quantidade de alimento é mais difícil até do que as picadas para medir a glicose ou tomar insulina.
Todo paciente é orientado sobre os riscos do excesso de açúcar no sangue, como a predisposição a infartos, derrames, doença renal crônica, cegueira e amputação de membros (porque muitos diabéticos perdem a sensibilidade de partes do corpo e eventuais feridas abrem caminho para infecções). Mas todas essas informações não bastam para vencer o desejo de ter uma vida como a da maioria, que come um docinho depois da refeição e toma uma cerveja no fim de semana.
Enquanto o diabetes tipo 2 costuma aparecer na idade adulta, o tipo 1, considerada uma doença autoimune, costuma ser diagnosticada bem mais cedo, na infância ou na adolescência. Se por um lado é duro ter a doença e continuar frequentando festinhas e eventos recheados de refrigerante e fast food, por outro, o fato de receber o diagnóstico cedo faz com que muitos desses jovens adquiram uma disciplina ferrenha mais rápido do que adultos que descobrem a doença.
Promover mudança de comportamento é um desafio, também, para os profissionais de saúde que lidam com diabéticos. Às vezes é preciso recorrer à criatividade para ensinar o paciente a se alimentar direito e cuidar da saúde. Especialmente quando se trata de crianças ou analfabetos. A necessidade de educar esse público fez com que tenha sido criado uma série de jogos, que ensinam a quantidade de carboidrato de cada alimento, a administrar a medicação e a cuidar dos pés de forma lúdica.
A iniciativa teve tanto efeito que o material foi patenteado e passou a ser comercializado pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia.
Basta pesquisar na Internet para encontrar o material.
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