Pesquisadores americanos identificaram um mecanismo genético que ajuda a explicar o vício em cocaína, e abre um potencial caminho para novos tratamentos, segundo um estudo publicado nesta quinta-feira (7).
A pesquisa revela como a cocaína atua em um processo, chamado epigenético, segundo o qual a expressão de um gene é modificada nos circuitos cerebrais do prazer, que são os primeiros a serem afetados pelo consumo contínuo de qualquer droga.
Os pesquisadores do National Institute on Drug Abuse (NIDA) administraram a um grupo de camundongos doses repetidas de cocaína, enquanto mantinham outro grupo destes animais recebendo injeções de uma solução salina.
No fim do estudo, as cobaias do segundo grupo receberam uma única dose de cocaína. Assim, os cientistas puderam determinar os efeitos no cérebro do consumo regular de cocaína e compará-lo ao impacto de uma só dose da droga.
O estudo confirmou que um dos mecanismos pelos quais a cocaína altera os centros de prazer no cérebro consiste em neutralizar uma enzima que tem papel crucial no controle da expressão de um gene. Como já se havia observado, os ratos submetidos a um consumo regular de cocaína mostraram alterações importantes da expressão do gene, além de terem se habituado fortemente ao consumo da droga.
Neste estudo, porém, os pesquisadores mostraram pela primeira vez que é possível bloquear a alteração da expressão do gene, provocada por doses regulares de cocaína, impedindo assim o vício na droga.
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