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quinta-feira, 7 de maio de 2009

Distonia

A doença causa contrações musculares involuntárias e afeta a mobilidade e a qualidade de vida dos pacientes. Movimentos bruscos dos membros, espasmos no pescoço, braços, tremores das mãos ou piscadas repetidas dos olhos. Muito confundida com tique, a Distonia é uma doença neurológica que provoca contrações musculares involuntárias quase sempre acompanhadas de dor, resultando movimentos e posturas anormais que afetam muito a qualidade de vida dos portadores.

No próximo dia 6 de maio, quarta-feira, Dia Nacional da Distonia, a Associação Brasileira de Portadores de Distonia chama a atenção da população sobre a doença e destaca a existência de tratamentos de reabilitação que permitem aos pacientes recuperar o bem estar e ameninar os sintomas. Diferente do tique nervoso, que é uma manifestação semi-voluntária, ou seja, a pessoa tem controle sobre o gesto, a Distonia produz contrações musculares involuntárias em determinadas regiões do corpo. Como conseqüência, o portador pode ficar impossibilitado de andar, dirigir e realizar suas atividades básicas como tomar banho, escovar os dentes ou comer, tornando-se, em alguns casos, dependente de alguém para tais atividades. Além das limitações físicas, a doença afeta a auto-estima dos portadores, podendo levar à exclusão social, ansiedade e à depressão.

Os espasmos podem afetar uma pequena parte do corpo como os olhos, pescoço ou mão (distonias focais), duas partes vizinhas como o pescoço e um braço (distonias segmentares), um lado inteiro do corpo (hemidistonia) ou todo o corpo (distonia generalizada). Na maioria das vezes, a causa da disfunção não é conhecida, mas acredita-se que os movimentos anormais sejam o resultado de uma disfunção de uma parte do cérebro, causando a contração excessiva e involuntária dos músculos.

Tratamento

A falta de conhecimento sobre a doença e o fato de ser, às vezes, considerada um tique, faz com que muitas pessoas não procurem orientação médica e vivam com sintomas tão debilitantes. Casos mais graves de distonia nos olhos (blefaroespasmo), por exemplo, podem levar à cegueira funcional. Não existe cura para a distonia, mas há tratamentos disponíveis auxiliam na melhora da qualidade de vida dos pacientes acometidos. O tratamento é direcionado para aliviar os sintomas das contrações, dor, posturas e movimentos anormais provocados pela doença.

As técnicas empregadas dependem do tipo de distonia: os pacientes podem fazer uso de medicamentos via oral e, em alguns casos, o médico pode considerar a indicação do tratamento cirúrgico. Um dos tratamentos mais eficazes para a distonia em adultos é o uso da toxina botulínica tipo A, mais conhecido pelo nome comercial BOTOX®. Aprovado há 17 anos para o tratamento da Distonia, o medicamento é injetado diretamente nos músculos, inibindo a liberação de um neurotransmissor (acetilcolina) que envia a mensagem do nervo para o músculo promovendo a contração muscular. A aplicação da Toxina Botulínica atenua estas contrações,dores, ajuda a corrigir a postura e os pacientes recuperam o bem estar. O efeito é temporário e o tratamento pode ser repetido aproximadamente a cada três ou quatro meses de acordo comnecessidades.

O tratamento com a toxina botulínica é disponibilizado pelo SUS (Sistema Público de Saúde) em hospitais de todo o País e o medicamento é reembolsado pelos planos de saúde. A Lei 9656/98 assegura o uso terapêutico da toxina botulínica, mas grande parte das pessoas desconhece este direito, o que sobrecarrega o sistema público.

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