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sexta-feira, 24 de outubro de 2008

TPM



Mudanças de hábitos e uso de medicamentos possibilitam o controle da tensão pré-mestrual.

Já houve um tempo em que as alterações de humor e os desconfortos apresentados pelas mulheres antes do período menstrual eram rotulados como problemas psiquiátricos.

Até hoje não raro essas manifestações são interpretadas como capricho ou mera desculpa para faltar ao trabalho. Felizmente, para as cerca de 18,5 milhões de brasileiras de dez a 49 anos que sofrem de Tensão Pré-Menstrual (TPM), esse quadro está mudando.

A medicina já possui uma boa compreensão do problema e dispõe de recursos bastante eficazes para transformar aqueles dias infernais em um período mais tranquilo e equilibrado.

O empenho da ciência se justifica. De um a 15 dias antes da menstruação, as mulheres com TPM apresentam um conjunto de alterações físicas e psíquicas que podem interferir no desempenho profissional e nas relações sociais e familiares.

Para quase quatro milhões delas, essas mudanças são tão intensas que a vida vira do avesso. São cerca de 150 sintomas, como inchaço, ansiedade, crises de choro e irritação, que afetam até quem está ao redor. Além disso, 70% das filhas de mulheres com TPM tendem a manifestar os mesmos sinais.

Não está claro se isso ocorre por hereditariedade ou por imitação, como um comportamento aprendido.

Para os especialistas, a oscilação hormonal é uma das vilãs do problema. Na metade do ciclo menstrual, inicia-se a produção de progesterona, que se estende até a menstruação.

Nessa fase, o nível de estrógeno cai até desaparecer um ou dois dias antes de a mulher menstruar. Como os sintomas da TPM surgem por volta do 14º dia, acredita-se que a progesterona esteja relacionada com a síndrome.

O papel que cabe à progesterona, porém, é de mero coadjuvante. Ela não atua diretamente na gênese dos sintomas, mas em alguns mecanismos que provocam esses sinais. O hormônio, por exemplo, estimula a ação de enzimas que atacam a serotonina, neurotransmissor (substância responsável pela transmissão de informação entre neurônios) envolvido no processamento das emoções e do comportamento.

O tratamento da TPM varia entre mudança de hábitos e medicações específicas.
Para sintomas leves, a orientação é dieta, exercícios físicos e relaxamento. Evitar cafeína, cigarro e álcool é indicado para quem sofre de ansiedade.

Analgésicos e acupuntura são recomendados para as dores de cabeça. Já as formas mais severas de TPM e as que estão relacionadas a problemas como agressividade, depressão e choro fácil têm sido tratadas com antidepressivos leves.

Por exemplo, a fluoxetina ou a sertralina podem ser usadas, isoladamente e em pequenas doses. O importante é que é possível vencer a síndrome.

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