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quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Psiquiatria: exames auxiliares em diagnóstico.


Interessa pois, à medicina, saber se o quadro psiquiátrico e/ou neurológico é acompanhado de alterações cerebrais e, caso hajam, se estas alterações seriam restritas apenas à função do cérebro (alterações funcionais) ou, além disso, também seriam acompanhadas de alterações anatômicas.

Laboratorialmente é a investigação que fazemos através de exames de laboratório, os quais podem verificar a parte bioquímica do sangue e do líquido cefalorraquidiano, a atividade elétrica cerebral, através do eletroencefalograma, a atividade funcional, através do SPECT (adiante comentamos) e anatômica, através da Tomografia Computorizada e da Ressonância Magnética Nuclear.

A atual viabilidade técnica para identificar, categorizar e modificar alguns genes de forma seletiva é o que mais tem contribuído para aumentar a compreensão sobre o funcionamento normal e patológico do sistema nervoso central. Os desafios da genética molecular se referem à pesquisas das patologias mentais onde, além da possível influência de múltiplos genes e de múltiplos fatores não-genéticos, circunstanciais e ambientais, como por exemplo a Esquizofrenia e o Transtorno Afetiva.

Os enormes avanços proporcionados pela biologia molecular têm permitido a caracterização de sinais moleculares cuja identidade vêm sendo revelada através do conhecimento dos neuroreceptores, da síntese e função de neurotransmissores e dos fatores de ativação uma imensa cadeia de bioquímica cerebral, cujo conhecimento cresce diariamente. Pesquisa-se avidamente a presença ou ausência de determinados genes capazes de modificar o funcionamento do sistema nervoso, da personalidade e da maneira de ver o mundo e sentir a vida.

Foi em 1976 que pela primeira vez a Tomografia Computorizada foi utilizada para investigar alterações cerebrais em pacientes esquizofrênicos (Eve Johnstone, Tim Crow e outros). Neste primeiro estudo ficou evidenciado graus significativos de dilatação ventricular no grupo de pacientes com esquizofrenia em comparação à um grupo de não-esquizofrênicos.

Tentou-se também, nessa ocasião, estabelecer relação entre as alterações sintomáticas da esquizofrenia, principalmente os chamados sintomas positivos e negativos, juntamente com a deterioração intelectual desses pacientes com o tamanho da dilatação ventricular constatado na Tomografia Computadorizada. De fato, foi encontrada uma correlação significativa entre a deterioração intelectual global da esquizofrenia com o grau de aumento dos ventrículos.

À partir daí muitas pesquisas envolvendo esquizofrenia e Tomografia Computorizada têm corroborado a observação inicial de que pacientes esquizofrênicos apresentam graus significativos de dilatação dos ventrículos cerebrais.

Depois da Tomografia Computorizada, entramos na era da Ressonância Magnética Nuclear, um novo método que permite maior resolução das imagens cerebrais, e não usa os Raios X como faz a Tomografia, mas sim imagens obtidas pela exposição de átomos de hidrogênio a um campo magnético.

A Ressonância Magnética Nuclear passou então a ser usada na investigação das alterações de estruturas cerebrais (portanto, anatômicas) relacionadas a transtornos psiquiátricos. Entretanto, atualmente, a Tomografia Computorizada continua sendo o método mais utilizado na associação das alterações anatômicas do SNC com alguns transtornos mentais, como é o caso, por exemplo, do alcoolismo, da esquizofrenia e da depressão unipolar ou dos transtornos do humor de modo geral. Também se pesquisa alterações anatômicas e funcionais nos Transtornos Obsessivo-Compulsivos e nos estados demenciais.

Atualmente métodos inovadores têm permitido a obtenção de imagens precisas do cérebro em atividade, mostrando a anatomia estrutural, metabólica e neuroquímica de diversos transtornos neuropsiquiátricos.

As técnicas de neuroimagem funcional mais usadas têm sido a Tomografia por Emissão de Pósitrons (PET) e a Tomografia por Emissão de Fótons (SPECT). A PET (Tomografia por Emissão de Pósitrons), é uma espécie de máquina de tomografia computadorizada que mostra os resultados em cores brilhantes. No cérebro vê-se onde as células nervosas estão trabalhando mais, ou seja, onde está havendo mais atividade. A PET é baseado nos desenvolvimentos da Medicina Nuclear e na obtenção de imagens do cérebro.

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