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quinta-feira, 17 de maio de 2007

Ê, vida bombada!

Nascemos indefesos e frágeis, precisando da ajuda de adultos para sobreviver e permanecer por aqui. Somos pequenos seres incapazes e dependentes. O tempo passa e crescemos, desenvolvemos nossos potenciais paolatinamente, aprendendo e crescendo interiormente.

Crescemos e ficamos fortes, ágeis e, muitas vezes, sentimo-nos belos e capazes. Um périplo de mudanças e transformações: a Juventude é um bálsamo para nossas vidas! Nada como ser jovem! Fazemos o que nos dá na telha e não poupamos as energias, afinal, as temos “em excesso” ou sequer nos preocupamos com isso, mesmo!

Pés no chão frio, cabelos molhados, refrigerantes gelados, sexo, bebidas alcoólicas à vontade, cigarro, sexo, drogas, muito sol, atividades constantes, esportes radicais, sexo, muuuito sono, baladas, agitações, sorvetes aos montes, fast-food, sexo, estudo... Nossa! Quantas coisas para se fazer! Nem dá para sentir direito o tempo passar! Vida agitada, intensa! Mas nada que uma boa dormida não resolva, não é mesmo? Depois do sono reparador, a bateria fica recarregada!

Muita gente jovem se entrega à malhação, buscando o aperfeiçoamento das formas físicas, o corpo bonito, os músculos saltados e exuberantes. Duas a três horas na academia, exercitando cada grupo muscular em busca do “mens sana in corpore sano” (penso que devia ser ao contrário, nesse caso), afinal, atividade física faz bem para a saúde, não faz? “Certamente”, pensa o jovem! Então, vamos malhar! Dá-lhe esteira, bicicleta ergométrica, aparelhos de musculação, transpiração, bate-papo (afinal, bater papo na academia é manter a parte social!), um gatorade, uma toalhinha para enxugar o suor e vam’bora! Não podemos esquecer do açaí! Isso é “sagrado”.

De repente, alguém da academia pergunta: “e aí, cara! como vai essa força? tá ganhando massa? E vem o convite para uso dos anabolizantes, produtos para “ganhar massa muscular” e produtos semelhantes que incrementam as formas dos jovens, deixando-os “mais bonitos”, “sarados”, como desejam ficar, com relação à sua aparência...

Só ao longo do tempo é que se vê as conseqüências do uso desses produtos, alguns, verdadeiros medicamentos, que têm a aplicação controlada por médicos, mas que são utilizados indiscriminadamente por leigos e por pretensos estudiosos do assunto, mas que na verdade estão mais interessados em uma graninha extra.

Produtos como esses, que “deixam o cara bombado” têm potencial destrutivo e, alguns, são cancerígenos. Dão energia, dão aparência, mas a aparência tem um preço. Ficar com cara de governador da Califórnia não é exatamente “um barato”! Custa caro!

Depois, quando se fica velhinho (após os 65 anos, eu acho) tudo sofre a ação da gravidade e... CAI! Até os músculos mais bombados caem. E é um tal de cirurgia plástica para resolver, que só vendo! E plástica não é “UM BARATO”! É caro e também tem seu preço pessoal, ou seja, é uma cirurgia, como o próprio nome diz, e tem suas complicações prováveis, como potencial de reação ao anestésico, risco de infecção hospitalar, problemas com cicatrização, necessitade de “retoque”.

Minha nossa! Fazer retoque em maquilagem é uma coisa, mas em cirurgia... Precisa fazer “tudo aquilo” de novo! Preparo, anestesia, cirurgia, curativos, etc e tal! Haja coragem! Mas quem quer ver-se bonito (a) submete-se, sem grandes problemas.

Conheço uma senhora que tem pavor de agulhas, de injeções e coisas quetais. Para fazer um simples hemograma ela tinha um mal-estar enorme que a deixava em estado de confusão mental. Um dia, em uma consulta, ela me disse: “vou fazer uma cirurgia para corrigir o busto... é muito grande e não agüento mais olhar-me no espelho: eu me decepciono comigo mesma e preciso corrigir isso!” Incrível! Ela se submeteu ao procedimento cirúrgico, seguindo todas as etapas, passando pelos exames pré-operatórios, forografias, etc, etc. Depois da cirurgia, passou por uma consulta muito orgulhosa pela sua conquista: “acho que agora não vou ter mais medo de nada! quem passou por tudo o que eu passei não tem mais medo!” Foram quinze dias e o próprio cirurgião plástico precisou de um hemograma, pois ela havia perdido muito sangue na cirurgia. Prá quê! Ela entrou em pane completa! Perdeu o controle e desencadeou um quadro de pânico. Teve coragem de enfrentar tudo pela cirurgia, mas depois da “conquista, retrocedeu”. Interessante, não? Prá ficar bonita, até o medo foi embora!

Tem muita coisa prá se discutir sobre o assunto, mas, cá entre nós, tem gente que realmente exagera na vaidade, não tem? Há artistas que se deformam pela questão estética, mas a deformidade, infelizmente, não é para melhor: é para pior. Às vezes, muito pior e você já deve ter se lembrado de algum caso específico. Tem casos aqui no Brasil e tem casos no esterior. É só forçar um pouco a memória. Vale a pena?

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